Lala Deheinzelin | Inspira São Paulo

ACOOOOORDA!!!!

ECOVILA E ECOPARQUE DA MATA-BA DISCUTEM SUSTENTABILIDADE NO SETOR DA CONSTRUÇÃO CIVIL E PROMOVEM TÉCNICAS DE BIOCONSTRUÇÃO.

SUSTENTABILIDADE

                                                                                                                                  Por: Mariana Maria

Natureza & Sociedade

Problemática do setor da construção civil - No que diz respeito à construção civil, nos seus diversos aspectos, muitos são os fatores que causam impactos significativos ao meio ambiente o que a classifica como “gradativo esgotamento de matérias primas”, que implica o consumo de energia em diversos estágios da produção, consumo de água, poluição sonora e olfativa, diminuição da fauna e flora e emissões de gases nocivos ao planeta para a geração de resíduos sólidos (argamassa de cal e cimento, ferro, alumínio, restos de madeira, tijolo, concreto, pisos azulejos, fiação de eletricidade, lâmpadas, vidros, telhas etc) os quais, quase sempre, não tem destino depois do uso. Com tudo, podemos afirmar que o setor da construção civil é hoje um dos grandes “vilões” quando o assunto é “SUSTENTABILIDADE”.

Esse descaso provoca uma imperfeição das condições normais, das quais o homem deveria ter com a natureza e consigo mesmo. Muitas são as visões de qualidade de vida, depende muito da característica de personalidade de cada indivíduo, no entanto, como o tema abordado aqui é “sustentabilidade”, que implica no cuidado com a natureza e a sociedade, consequentemente, o conceito está atrelado à relação “homem + natureza” que vem a ser totalmente contrário ao ideal de “vida da modernidade” que compreende o consumismo desenfreado.

A modernidade trouxe junto com a chamada “evolução humana” novas formas de desequlíbrio aos seres humanos, entre elas o stress causado pela nova forma de viver. O contato com a poluição (no ar, na água e sonora) e com alimentos cada vez mais entupidos de conservantes, assim como, ambientes de trabalho e moradia impróprios (confinados, sem contato o sol, a ventilação, etc.) essas atitudes geram consequências graves na vida das pessoas.

BIOCONSTRUÇÂO

Ancestralidade com vida na Nova Era

O termo Bioconstrução denota “construção viva” ou “construção com vida”, que é concebido, utilizando materiais naturais (terra, pedra, palha, bambu, madeira, tintas a base de folhas e terra, etc.), ou seja, é simplesmente uma recuperação de práticas exercidas dos nossos ancestrais, atrelada a novos e atuais conhecimentos técnicos, que vão em contraposição a produção em série provocada pelas indústrias, que tanto poluem nosso planeta.

Outras práticas também estão atreladas a Bioconstrução como, por exemplo, o reaproveitamento de água da chuva que cai na cobertura da casa, o destino adequado do esgoto que consiste em devolver para o solo a água livre de agentes poluidores, ou seja, toda ação que possa a vir colaborar com a redução de impactos.

Além da questão ecológica a Bioconstrução está a favor da saúde humana, uma vez que nos aproxima das condições naturais, nos livrando dos COVs (Compostos Orgânicos Voláteis) presentes em tintas e vernizes, por exemplo, os quais podem causar constantes dores de cabeça, distúrbios neurológicos e do sono, fadiga e desanimo.

Assim como o cuidado com o nosso corpo e alma, o cuidado com o ambiente onde vamos morar e (ou) trabalhar e conviver com nossos amigos e familiares também devem estar livres de impurezas. A Bioconstrução é capaz de provocar transformações de estilo de vida e nos livrar do domínio da sociedade infeliz e alienada.

 Exemplos das técnicas de Bioconstrução, as mais utilizadas no Brasil são:

Adobe – Tijolos feitos de barro e palha enformados manualmente e secos naturalmente, evitando o cozimento em fornos que consomem energia e liberam gases nocivos.

Superadobe – Consiste em uma técnica de terra ensacada geralmente em sacos contínuos. É um sistema monolítico que simplifica questões estruturais, uma vez que se auto-sustenta da base a cobertura.

Taipa ou Pau a Pique – É o preenchimento de terra com palha em trama de bambu ou galhos finos. Essa técnica foi muito utilizada no período colonial e ainda é a solução para construção em regiões interioranas do Brasil.

Taipa de Pilão - É uma parede erguida em forma de madeira (taipa) onde a terra é apiloada (socada) nessa fôrma.

COB ou Maçoroca – É uma técnica de esculpir um composto homogêneo de argila, palha e água. Essa técnica permite aguçar a criatividade uma vez que se trata de “casa esculpida”, podendo agregar elementos como garrafas, tocos de arvores, pedras, etc.

Teto verde – são jardins suspensos na cobertura, essa técnica tem uma ótima eficiência em termos de conforto térmico e acústico e tem sido uma ótima solução para ambientes urbanos além de permitir uma “compensação” da falta de vegetação nas grandes cidades.

Outras técnicas como o solo cimento e ferro-cimento, também são incorporadas a Bioconstrução uma vez onde existe a necessidade do cimento se acrescenta o solo na tentativa da redução desse composto químico.

Imagens da preparação e aplicação do composto de terra, água, óleo de linhaça e esterco para acabamento e impermeabilização da técnica do pau-a-pique desenvolvido nas construções do Ecoparque da Mata-BA :

fotos: acervo Ecoparque da Mata-BA

Estações do ano

TFG - Ecovila e Eco Parque Naturista

http://www.slideshare.net/marianamariarq/apresentao-ecovila-e-eco-parque-naturista

Diretrizes Bioclimáticas para Trabalho Final de Graduação do curso de Arquitetura e Urbanismo (UFBA) - Ecovila e Eco Parque Naturista

http://www.slideshare.net/marianamariarq/diretrizes-bioclimaticas-para-tfg-ecovila-e-eco-parque-naturista

ESTUDO BIOCLIMÁTICO DA FACHADA NOROESTE DO PAF V - UFBA

http://www.slideshare.net/marianamariarq/estudos-bioclimticos-fachada-noroeste-pav-v-ufba

Fichamento do Capitulo 3 - Livro "EFICIÊNCIA ENERGÉTICA NA ARQUITETURA"

ü Os estudos de conforto térmico com aplicação na arquitetura compreende em adequar o ambiente para um melhor desempenho térmico e redução no uso da eletricidade e de climatizadores;

ü Cada região do planeta tem uma particularidade climática que está relacionada de acordo com sua posição no globo terrestre;

ü Considerando o globo terrestre como uma esfera e passando um eixo imaginário vertical ligando os Polos e considerando esse eixo inclinado (aproximadamente 23º) com relação ao plano de translação da Terra, podemos ter uma noção próximo ao real movimento Terrestre em relação ao Sol;

ü Essa angulação vai provocar uma diferença de incidência do Sol na Terre ao decorrer dos meses o que vai causar as estações do ano;

ü O que vai determinar o ângulo de incidência dos raios solares com relação ao plano do horizonte de um determinado lugar é a latitude associada a época do ano;

ü O fato de haver distribuição terrestre maior em alguns lugares e em outros distribuição maior de oceanos, interfere diretamente na temperatura por conta da diferença de calor especifico que vem a ser maior nos oceanos do que nos continentes;

ü O hemisfério norte possui maior quantidade terrestre em relação ao hemisfério sul, por tanto, seus invernos serão mais frios e seus verões mais quentes por conta da troca de calor maior que existe nos continentes comparados ao dos oceanos provocando o fenômeno chamado “Continentalidade”;

ü Outro fator que os continente e oceanos influenciam é com relação a troca de ventilação justamente por conta da diferença de temperatura de ambos, o ar frio tende a ir em direção as regiões de ar quente, e desse modo, durante o dia (quando os oceanos estão mais frios) as Brisas terra-mar (nas regiões litorâneas) se direcionam do mar para o continente e a noite acontece o inverso provocando diferentes amplitude térmica diária;

ü A topografia do solo também vão influenciar na temperatura do ar, pois a altitude terrestre em relação ao nível do mar provoca barreiras para a ventilação provocando diferenças de umidades e de temperatura;

ü O revestimento do solo implica na diversidade de umidade local, quanto mais seco for a superfície maior será a amplitude térmica diário, uma preocupação independente da flora ou falta de flora local (em locais naturalmente secos), a interferência das edificações podem afetar diretamente a amplitude térmica se não houver um equilíbrio entre edificações e vegetação;

ü O que vai determinar a umidade atmosférica são: a transpiração dos vegetais e a evaporação da água, as quais também se difere de uma determinada localidade para outra do planeta onde , por sua vez, a temperatura vai influenciar na umidade relativa do ar;

ü A massa de ar que existe sobre as superfícies são chamadas de pressão atmosférica e suas variações são dadas pela troca térmica dos oceanos e continentes, pela variação da temperatura no Globo e também pelo movimento de rotação da Terra;

ü Para o Brasil, os ventos mais importantes são os chamados “ventos alísios”, que se originam nas regiões subtropicais de alta pressão, se direcionando para o SO no hemisfério norte e para o NO no hemisfério sul;

ü Um fator fundamental que deve ser levada em consideração no projeto arquitetônico é a adequação das edificações e dos tecidos urbanos em relação ao clima local, por exemplo, em climas secos a arquitetura ideal é a que durante o dia preserve um certa baixa temperatura gerada e noite e a noite o contrario. Já regiões quentes úmidas, por exemplo também, o ideal é que a arquitetura e os tecidos urbanos preserve sempre os ambientes fresco, nesse caso utilizando a ajuda da ventilação;

ü Cada região do mundo (já citado anteriormente) tem sua particularidade local que deve ser levada em consideração no projeto, sempre atentando para o percurso do sol e seu sombreamento, a direções dos ventos predominantes, as interferências vizinhas o clima local e o clima gerado do resultado do tecido urbano;